O grande capital internacional opera hoje por diferentes mecanismos, mas com grande centralidade nas gigantescas empresas administradoras de ativos (asset managements). As dez maiores administradoras de ativos, juntas, administram a enormidade de algo em torno de US$ 30 trilhões, número muito maior do que o PIB dos Estados Unidos para o ano de 2020, que foi de US$ 22 trilhões. Essas administradoras, hoje, possuem o controle do capital de uma parcela importantíssima das grandes corporações espalhadas pelo Mundo, desde as empresas ligadas aos diferentes ramos da produção de energia, como da indústria bélica ou da indústria de alimentos e outras empresas. Seu poder se estende por todo o Mundo. As grandes disputas geopolíticas, assim, tudo têm a ver com as grandes disputas econômicas. O crescimento econômico de setores ou países, particularmente da China, põe em xeque esse domínio e explica, em grande medida, os movimentos econômicos e militares refletidos nos embates internacionais, inclusive bélicos.
Qual a relação entre esse grande capital e a estrutura de poder nos países, a começar pelos EUA? Como esses capitais operam na desestabilização de estruturas políticas que não lhe deem sustentação? Como operam essas administradoras de investimentos? Como o desenvolvimento do grande capital contribui, internacionalmente, para a enorme concentração de riqueza que vem crescendo rapidamente?
Para conversar conosco sobre esse tema, que é central para a compreensão dos movimentos geoeconômicos e geopolíticos no Mundo, contaremos com a contribuição de:
Ladislau Dowbor, economista, Professor Titular de pós-graduação na PUC-SP, consultor de diversas agências das Nações Unidas, bem como de governos e municípios, além de várias organizações do Sistema S;
Antonio Martins, jornalista, editor do site Outras Palavras, foi fundador da edição brasileira do Le Monde Diplomatique, participou da revista Carta Maior e é membro do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial.