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Diálogos AMSUR: Bolsonarismo como Fenômeno Cultural: A Nova Direita no Brasil

O esgotamento da democracia liberal surgida a partir do fim da Segunda Guerra Mundial dialoga com mudanças bastante profundas na economia e na forma de concentração da riqueza. Por um lado, ampliou-se a negação de papel para o Estado, por outro, ampliaram-se os movimentos na direção de situações mais autoritárias na condução do mesmo. Esse fenômeno é mundial, com força particular no Hemisfério Ocidental, abrangendo os países de modo relativamente diverso, porém se vem alastrando. Há resistências e contraofensivas democráticas, mas o fenômeno tem consistência histórica, preconizando a necessidade de maior compreensão dele. Bolsonaro, no Brasil, é uma expressão desse processo.


No entanto precisamos entender as especificidades do que ocorre no Brasil. Mesmo sendo a porta que permitiu a assunção do Estado brasileiro por essa ultradireita, Bolsonaro é, de verdade, um mito, na razão direta do significado desta palavra. Um processo político golpista e interesses muito variados abriram o espaço para o surgimento dessa figura política aparentemente estranha. O Golpe o transcendeu, os interesses que motivaram aquele tiveram origens muito distintas, econômicas, sociais, políticas e geopolíticas. Bolsonaro não pode ser identificado objetivamente com esses distintos fatores, nem mesmo como um representante direto daqueles interesses golpistas. No entanto, vem se mostrando útil aos mesmos, por sua força política. Como, então, explicar esse fenômeno que foi sua eleição em 2016? De onde vem sua força e resiliência? O que pode definir mais claramente o avanço dessa ultradireita que vem avançando, no Brasil e internacionalmente, com força neste século, principalmente a partir da década de 2010?


Para conversar conosco sobre esse tema, contaremos com as contribuições de:


Tarso Genro, duas vezes prefeito de Porto Alegre, governador do Rio Grande do Sul e ministro da Educação, das Relações Institucionais e da Justiça durante o governo Lula.
Eduardo Costa Pinto, Doutor em Economia, Vice-Diretor do Instituto de Economia (IE) da UFRJ; ex-Diretor Adjunto de Graduação do IE/UFRJ; ex-técnico de Pesquisa e Planejamento do IPEA



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