O golpe político de 2016 deu início a um processo de profundo desmonte da democracia, do Estado, da economia, dos direitos sociais, da soberania nacional, das relações humanas características da essência da cidadania. O processo que se seguiu ao golpe, apesar de aprofundar o processo de destruição das instituições e do arcabouço constitucional e legal que lhes dava sustentação, também foi colocando a nu a fragilidade do novo quadro e dos arranjos políticos que se constituíram para o avanço daquele processo. Temos, hoje, um governo em processo de profundo desgaste, apesar de ainda ser detentor de força, mas insuficiente para lhe dar sustentação.
Estamos vivendo, assim, um processo de transição para um novo quadro, mas este não está definido, a correlação de forças para o desenvolvimento das distintas soluções possíveis dessa transição não configura maiorias claras. Ela está em disputa e buscando se conformar. Esse quadro configura uma grande encruzilhada. O ano de 2021 colocou a nu a insustentabilidade do atual arranjo de forças políticas e demonstra a existência de intensos movimentos de rearticulação dos campos, na busca de sedimentação de novas maiorias. O ano de 2022, com o desenrolar do processo eleitoral, explicita e aprofunda esses movimentos de rearticulação das forças políticas. O futuro está em aberto.
Para conversar conosco sobre esse processo, contamos com a participação do ex-Ministro e ex-Governador Tarso Genro
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