O Governo Bolsonaro, na esteira do Governo Temer, estruturou-se, do ponto de vista da economia brasileira, em torno de alguns objetivos que têm significado, ao mesmo tempo, um desmonte de direitos e da estrutura econômica do País. Ademais do forte processo de desindustrialização, o Brasil caminhou para especializar-se na produção, para exportação, de commodities, sejam agrícolas ou minerais. O mercado financeiro, alimentado fortemente pela rolagem da dívida pública, ganhou enorme proeminência na economia nacional, dominando, ao lado dos setores primário-exportadores e das atividades ligadas ao grande comércio varejista e outros setores com uso de mão-de-obra intensiva – que tem enorme interesse na redução de custos de sua folha de pagamentos – a pauta econômica nacional. Esse processo avançou muito nesses dois governos, mas não se completou, pelo menos não no nível pretendido por tais interesses econômicos. Com a possibilidade crescente de derrota eleitoral do bolsonarismo, apesar da forte sustentação militar que este vem tendo, apressa-se fortemente a tramitação de reformas e privatizações no Congresso Nacional, apontando para a tentativa de criação de fatos irreversíveis na condução de uma futura política econômica de um novo governo. Ademais de identificar os interesses em jogo neste curto prazo da atual legislatura, gostaríamos de especular um pouco sobre o comportamento desses interesses num futuro Governo democrático.
Com esse objetivo, contaremos com a participação de:
Ladislau Dowbor, Economista, professor titular no Departamento de pós-graduação da PUC-SP. Consultor para agências das Nações Unidas, governos e municípios.
Roberto Moraes Pessanha, Professor titular do Instituto Federal Fluminense (IFF). Membro da Rede Latino-americana de Investigadores em Espaço-Economia (RELAEE) e pesquisador do Núcleo de Estudos em Estratégia e Desenvolvimento (NEED/ IFF).
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