Construir uma política estratégica de desenvolvimento para o Brasil, com horizontes de curto, médio e longo prazos, envolve dialogar com múltiplos aspectos, de caráter econômico, social, ambiental, político, geopolítico e de gestão pública. Não se trata apenas de se produzir a “reindustrialização”, mas de se articular uma enorme e diversa gama de aspectos, que perpassam as atribuições de muitos órgãos governamentais e uma governança complexa, articulada com a sociedade, em suas diferentes formas de organização e de interesses. O desenvolvimento tem, como frutos, beneficiários, o que demanda escolhas.
Pensar o Desenvolvimento do País também não é uma atitude neutra dos pontos de vista econômico, social e ambiental. Há escolhas e há condicionantes. Na sua trajetória, há processos e tempos. Uma proposta abrangente de desenvolvimento passa por ampla gama de políticas específicas que não podem desenvolver-se isoladamente umas das outras, o que coloca a obrigatoriedade de conceito e coordenação estratégicos. Os tempos das diferentes políticas específicas possuem condicionantes técnicas, mas também possuem características políticas e, nesse sentido, precisam da produção de efeitos simbólicos e pontos de não retorno.
Para uma abordagem preliminar desse grande e variado tema, contamos com a contribuição de:
Luís Paulo Bresciani, Professor na pós-graduação em Administração da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), professor do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), coordenador do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
João Furtado, economista, professor na Escola Politécnica da USP. Foi assessora no Congresso Nacional, na CPI sobre "Causas e consequências do atraso industrial e tecnológico". Fundador e dirigente do Grupo de Estudos em Economia Industrial.
Commenti