Muito difícil falar-se em integração regional, envolvendo vários países com interesses comuns, no caso da América do Sul, ou América Latina e Caribe, sem uma forte participação do Brasil. A liderança regional brasileira, que havia sido bastante marcante a partir da década de 1980, permitiu que a região, com suas várias leituras regionais, ganhasse protagonismo e densidade econômica e geopolítica. Essa densidade se foi arrefecendo com o desmonte democrático que aconteceu em vários países da região, particularmente no Brasil, reduzindo bastante a importância geopolítica que a região havia conquistado através do fortalecimento de várias estruturas de articulação regional. Envolvendo o Brasil, essas estruturas abrangeram, com papéis distintos, instituições como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Todas essas instituições perderam protagonismo no período, levando a que os países recuassem para processos de relação fortemente bilaterais, com enorme perda de densidade e influência, e com crescente dependência dos países “centrais” do jogo geopolítico e geoeconômico mundial.
No novo quadro político brasileiro, onde a soberania nacional se está retomando, aliado ao quadro de mesmo caráter que se vem dando em outros países da região, a retomada dos processos e mecanismos de integração regional retoma importância e se vêm desenhando movimentos e articulações nesse sentido, apontando para protagonismos compartilhados em assuntos das relações econômicas e geopolíticas.
Que movimentos são esses? Que caráter possuem? Quais suas possibilidades de avanço e quais suas dificuldades?
Para conversamos sobre esse quadro, contaremos com a participação de:
Tarso Genro, ex-Ministro da Educação, da Justiça e das Relações Institucionais, ex-Governador do Rio Grande do Sul e ex-Prefeito de Porto Alegre
Paulo Abrão, ex-secretário-executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ex-Secretário Executivo do Instituto de Políticas Públicas e de Direitos Humanos do MERCOSUL e ex-Secretário de Justiça do Brasil
Maria Sílvia Portela de Castro, assessora internacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil) e da Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS).
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