Após governos que criaram bases sociais e populares, desenvolveram políticas de afirmação nacional e ganharam forte notoriedade internacional, sedimentou-se um processo de seu desmonte, com fortes campanhas de desgaste e desconstrução, que culminaram com o impeachmend da Presidenta Dilma, a prisão de Lula, um golpe de estado e a eleição de um governo de extrema direita. Em 2022 foi possível conquistar-se uma retomada – bastante apertada, é verdade – da Presidência da República, novamente com Lula, mas que não foi secundada por uma correlação de forças, parlamentar, institucional e social que respalde a proposta de retomada de rumos para o País. O Governo Lula que se desenhou ganhou o caráter de impulso a uma transição entre o ciclo político que se derrotou e um novo ciclo que ainda não está desenhado. Alguns desafios, nesse sentido, estão colocados para este terceiro Governo Lula, entre eles os de, simultaneamente, dar contornos a uma correlação de forças que leve a um novo ciclo político e transitar para o mesmo. A transição para um novo ciclo, assim, será obrigatoriamente negociada e disputada.
A correlação de forças, nesse quadro de disputas, não está conformada em uma governabilidade suficientemente tranquila que estabilize a disputa e transite para o novo ciclo político que se deve desfraldar. Como explicar os contornos do funcionamento do atual Congresso Nacional? Como desenvolver uma correlação favorável ao atual Governo Lula? Como explicar e enfrentar o poder de barganha e chantagem que o chamado Centrão exerce, ao se consolidar como o componente necessário à conformação de maiorias parlamentares? Como desenvolver o processo político, num futuro próximo, para a busca de uma governabilidade mais estável para a condução da transição política necessária?
Para conversarmos sobre essa difícil situação, contamos com as contribuições de:
José Genoíno, ex-Deputado Federal por vários mandatos, inclusi9ve Deputado Constituinte, ex-Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores
Bruno Pinheiro Wanderley Reis, cientista político, professor e, atualmente, diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG
Gilberto Maringoni, Doutor em História Social pela FFLCH da Universidade de São Paulo e Professor da UFABC, na área de Relações Internacionais
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