Completa-se, ao final deste mês, o primeiro ano do terceiro mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esteve muito claro, desde o final das eleições, em 2022, que este não seria, como não está sendo, uma extensão do que foram seus dois primeiros mandatos, nem mesmo o que foi o primeiro Governo Dilma. É outra correlação de forças, outra inserção internacional, outra relação com um conceito de “País do Futuro”. O Brasil volta a inserir-se no concerto mundial de nações, é verdade, mas seu peso relativo, seja regionalmente, seja em escala global, é distinto do que foi. Isso se dá apenas em parte pelo protagonismo brasileiro, mas principalmente porque o jogo geopolítico, seja regionalmente, seja internacionalmente, obedece a novos (des)equilíbrios. O jogo das hegemonias tem tomado novos rumos. Na economia, nem o Brasil nem o Mundo mantêm o caráter que já tiveram há duas décadas. O peso da indústria brasileira, bem como sua diversidade, sofreu abalos fortíssimos e é impossível pensar-se em simples volta a um “status quo ante”, fortaleceu-se o caráter provedor de commodities agrícolas e minerais do Brasil em relação ao Mundo.
Ademais dessas enormes diferenças expressas, a correlação de forças política tem obrigado a este governo arranjos de governança que não favorecem a construções de fáceis projetos de futuro. Não é fácil vislumbrar também um quadro de novas lideranças emergentes, que explicitem com clareza as saídas da encruzilhada em que o País se encontra. Enfim, que balanço é possível fazer-se quanto a este primeiro ano? Que horizontes se abrem e que sejam perceptíveis?
Para dialogarmos sobre tudo isso, contaremos com as participações de:
Ricardo de Medeiros Carneiro, economista, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, foi Diretor Executivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento
Pedro Silva Barros, Técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), coordenador do projeto Integração Regional: o Brasil e a América do Sul, Foi diretor de assuntos econômicos da Unasul
Cláudio Gonçalves Couto, cientista político, professor adjunto do Departamento de Gestão Pública da FGV EAESP, e pesquisador do Centro de Política e Economia do Setor Público (CEPESP). Foi secretário executivo da ANPOCS
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