O mundo unipolar constituído a partir da derrocada da antiga União Soviética está sob risco e seu titular, os Estados Unidos da América, não aceita que a realidade possa ser outra, reagindo de modo forte e arriscado. Nesse contexto precisamos entender as disputas no campo da economia e das finanças; do avanço da ciência e da tecnologia; das macro-disputas ideológicas, aí incluídas as variáveis religiosas e as disputas maniqueístas de narrativas; das enormes variáveis explicativas da geopolítica, militares ou não e das conexões que se vão firmando entre as nações, observadas aí profundas contradições internas. O conflito que hoje destrói a Ucrânia e ameaça à paz no Mar do Sul da China ficam mais compreensíveis quando observadas as dinâmicas do mundo atual e de seu (des)equilíbrio. O mesmo se passa em muitas das múltiplas dimensões econômicas, políticas, sociais e culturais que se manifestam de forma dissonante entre nações, entre classes sociais, entre interesses econômicos e por aí afora. A reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), ocorrida nesta semana em Vilnius, na Lituânia, afirma mais um forte abalo no débil equilíbrio mundial e deixa nossa frágil humanidade exposta. Os conceitos de Sul e Norte globais, de Ocidente e Oriente ou de Atlântico e Pacífico nunca tiveram tanta discrepância geográfica.
Como entender esse momento atual do jogo de forças mundial? Que expectativas de curto, médio e longo prazos podemos vislumbrar? Que “mundo novo” pode emergir? E, naquilo que mais nos toca, como tudo isso rebate no Brasil e seu entorno?
Para nos ajudar a pensar essa complexa situação, contaremos com a colaboração de:
Augusto Wagner Menezes Teixeira Jr., professor no Departamento de Relações Internacionais da UFPB, tendo sido pesquisador na linha de Geopolítica e Estratégias Militares no Centro de Estudos Estratégicos do Exército. Atualmente é pesquisador do projeto CAPES PROCAD-DEFESA sobre Mísseis e Foguetes na Defesa Nacional.
Hildebrando Tadeu Nascimento Valladares, embaixador aposentado, com serviços prestados junto às embaixadas de Catar, Romênia e Costa Rica, além de Diretor do Departamento de Direitos Humanos do Itamaraty
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