O BRICS, acrônimo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, é um agrupamento de países que conforma um espaço para diálogo, identificação de convergências e concertação em relação a diferentes temas, promovendo contatos e cooperação em diversos setores específicos. Seu âmbito de atuação vem se expandindo, desde sua criação informal em 2006, ainda sem a África do Sul em seu início, mas que se incorporou em 2011. Mesmo sem contar com um tratado constitutivo, o BRICS vem, gradativamente, constituindo vários espaços comuns aos seus países membros, como é o caso de seu Fórum Acadêmico, por exemplo, que vem promovendo intercâmbios importantes no campo do conhecimento. Em 2014, criou-se e se institucionalizou o Novo Banco de Desenvolvimento envolvendo os cinco países do BRICS, o qual visa a prestar apoio financeiro a projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, públicos ou privados, nos países do BRICS e em outras economias emergentes e países em desenvolvimento.
Nos dias 22 e 23 de agosto, reunida a Cúpula do BRICS, em Joanesburgo, na África do Sul, aprovou-se a incorporação de seis novos países ao grupo, isto é, Egito e Etiópia, na África, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos, no Oriente Médio e Argentina, na América do Sul. Os onze países que passam a compor o BRICS a partir de 2024, juntos, representam hoje um peso geoeconômico e geopolítico suficientemente forte para apontar para novas relações de equilíbrio, seja na questão energética, onde o novo BRICS passa a comportar seis das dez maiores nações produtoras de petróleo e o maior importador do produto, seja na detenção de riquezas minerais estratégicas, seja no poderio militar de seus membros, seja também no tamanho das economias nacionais. Além disso, acaba-se apontando para novos cenários do próprio sistema monetário internacional.
Quais os novos marcos geopolíticos e geoeconômicos que esse quadro começa a apontar? Que benefícios ou empecilhos esse novo quadro aponta para o Brasil? Como se pode entender os processos internacionais de realinhamento que se desenham?
Para conversarmos sobree esse importante tema, contaremos com a contribuição de:
Javier Vadell, professor de relações internacionais da PUC-MG, da Universidad Nacional de Rosario (UNR), Argentina, e professor Visitante e pesquisador em universidades chinesas. Editor de Estudos Internacionais da revista de relações internacionais da PUC-MG. Pesquisador de CLACSO no Grupo de trabalho China e o Mapa de Poder Mundial.
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