A eleição de Gabriel Boric, no Chile, suas primeiras declarações públicas, a composição de forças que lhe deu origem e a formação de seu ministério nos fazem prenunciar mudanças profundas no cenário do país. Por outro lado, a sedimentação de uma composição política que concorreu contra Boric, no espectro de um campo político populista de direita, sai do processo eleitoral com um peso político não desprezível. É possível, assim, vislumbrar um quadro de mudanças profundas e, simultaneamente, de conflitos que precisará firmar-se. Por outro lado, neste ano de 2022, várias outras mudanças podem ser vislumbradas na América do Sul, incluindo-se o Brasil.
Os processos de recomposição política e geopolítica demonstram-se extremamente dinâmicos e, ao mesmo tempo, apontam para possibilidades e riscos, tanto no Chile, como no novo cenário latino-americano e mundial. Os conflitos entre as grandes potências econômicas e militares apontam para um período de muita agitação e pressão internacional. Que se pode vislumbrar nesse novo Chile de Boric? Para onde aponta o processo político na América do Sul? Quais suas possibilidades e riscos?
Para conversar conosco sobre esse quadro, contamos com a participação de:
Jaime Gasmuri Mujica, militante político histórico no Chile, participou do Governo Allende e, na clandestinidade, permaneceu como dirigente político na resistência. Foi, posteriormente, Senador, por 20 anos, e foi embaixador do Chile no Brasil, de 2014 a 2018.
Julio Héctor Marín, chileno radicado no Brasil desde 1976, foi assessor na Câmara Federal, tendo trabalhado também no Ministério de Direitos Humanos e na Secretaria de Relações Institucionais e Federativas da Presidência da República.